A vida pode ser curiosa, existem tantas pessoas com gostos parecidos e mesmo assim a vida apronta, da um jeito de juntar distintos, como o sol e a lua, como as trevas e a luz.
A bruxa da noite demonstra ser forte por si só, firme como a terra, difícil como um nó. E sim ela é brava, não como as pessoas pensam, ela é brava por seu talento, de amar loucamente, se entregar no momento, e nunca esquecer das marcas no peito. A bruxa é forte, não por seus feitiços ou amuletos de sorte, a bruxa permanece calma e passiva mesmo enquanto seu mundo perece. A bruxa é difícil, não por ser casta ou por guardar em seus seios o desejo, ela é firme por saber encontrar, mesmo em coração bruto, mesmo que se machuque, seu lar.
O anjo do dia demonstra ser doce, costuma ser simples, costuma ser foice. E sim ele é delicado, não por ser santo ou algo sagrado, mas por ser puro como voo de um pássaro. O anjo é simples, não por ser pobre, nem por ser triste, o anjo é simples porque pra ele a mundo existe não apenas nas grandes demonstrações de vida, mais no piscar do vaga-lume que o assiste. O anjo é Foice, não por ser mal ou ser devastador, mas por selecionar o que nos faz bem, e arrancar ser pudor todos os nossos gritos de dor.
O anjo e Bruxa, perdidos no mundo, vagando as esquinas, Na luz ou na trevas, na noite ou no dia, buscando a sobra do outro que o guia. Andam sempre dois a dois para conquistarem harmonia.
(A bruxa e O anjo - Beatriz Veloso)
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